POR CARLOS CHAGAS
Serão desastrosas as conseqüências, se os mensaleiros conseguirem convencer a maioria dos ministros do Supremo Tribunal Federal a iniciar o segundo tempo do julgamento do maior escândalo político nacional, dando o dito pelo não dito e o julgado por não julgado, na apreciação dos embargos apresentados até quinta-feira.
Primeiro porque será a desmoralização do Poder Judiciário, tendo em vista que os réus já foram condenados em última instância, em seguida a exaustivas investigações e amplas condições de defesa.
Depois, porque como reação a tamanha violência jurídica, Joaquim Barbosa poderá renunciar não apenas à presidência do Supremo, mas ao próprio exercício da função de ministro. Esse rumor tomou conta de Brasília, ontem, na esteira de uma viagem que o magistrado faz a Costa Rica, de onde retornará amanhã. Se verdadeiro ou especulativo, saberemos na próxima semana, mas a verdade é que Joaquim Barbosa não parece capaz de aceitar humilhações sem reagir. Depois de anos de trabalho como relator do processo, enfrentando até colegas de tribunal, conseguiu fazer prevalecer a Justiça, nesse emblemático caso em condições de desmentir o mote de que no Brasil só os ladrões de galinha vão para a cadeia. Assistir de braços cruzados a negação de todo o esforço que ia redimindo as instituições democráticas, de jeito nenhum.
Em termos jurídicos, seria a falência da Justiça, como, aliás, todo mundo pensava antes da instauração do processo do mensalão. Em termos políticos, pior ainda: será a demonstração de que o PT pode tudo, a um passo de tornar-se partido único num regime onde prevalecem interesses de grupos encastelados no poder. Afinal, a condenação de companheiros de alto quilate, por corrupção, ia revelando as entranhas da legenda que um dia dispôs-se a recuperar o país, mas cedeu às imposições do fisiologismo.
Teria a mais alta corte nacional mecanismos para impedir esse vexame? Rejeitar liminarmente os embargos não dá, mas apreciá-los em conjunto pela simples reafirmação de sentenças exaustivamente exaradas, quem sabe? Declaratórios ou infringentes, os recursos compõem a conspiração dos derrotados.
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6 comentários:
Acho esse blog massa! Adoro sempre vir aqui! Continue assim!
Não posso crer,que depois de todo o trabalho que teve,ele simplesmente saísse de cena.Seria ir contra tudo aquilo que pregou no julgamento do mensalão.
Nossa,isto seria um tremendo golpe nas nossas instituições,meu anjo.
Bjo
Que legal sua visita por lá e agora não sei porque já não andava eu por aqui... CREDO!! Agora te sigo ainda bem!!! bjks e parabéns!!
CON
Se ele sair do Supremo aí que a gente não acredita mais em justiça nesse país.
Big Beijos
Nossa, que praga!
DO!
Por enquanto, nada aconteceu! Ainda bem!
Mas a PeTralhada continua apontando todas as munições com o intuito de enfraquecer o Judiciário e desmoralizar seu ilustre presidente.
No fundo, no fundo, é bem possível que os condenados não sejam presos e vivam tranquilamente sob os holofotes dos palácios, na roubalheira, no fisiologismo e rindo desbragadamente do pobre coitado que gritou praticamente sozinho contra toda essa pouca vergonha.
Abraço.
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